quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uma pilha pode contaminar o solo por cerca de 50 anos


Alguns objetos muito comuns no dia-a-dia doméstico têm, em sua composição, elementos químicos considerados perigosos, como mercúrio, cádmio, níquel, zinco, manganês e chumbo. Esses materiais estão nas lâmpadas fluorescentes, pilhas, tintas, restos de produtos de limpeza, embalagens de aerossóis – coisas sem as quais não conseguimos viver – e podem causar grandes estragos no meio ambiente e na saúde humana, caso não sejam descartados apropriadamente.

No Brasil, são produzidas aproximadamente 800 milhões de pilhas comuns por ano. Cada uma tem o poder de contaminar o solo por cerca de 50 anos. Nem todos os tipos de pilhas e baterias apresentam o mesmo risco ambiental, mas lançá-las ao lixo comum é um erro recorrente. E grave.

As pilhas e baterias em maior número no mercado são as não-recarregáveis de zinco-carbono, com baixos teores de mercúrio. São aquelas pequenas, que você usa no controle remoto ou no relógio de parede. As recarregáveis do tipo níquel-cádmio, assim como as baterias de carros, são de alto risco ambiental.

O mercúrio é considerado o elemento mais tóxico para o homem e grandes animais, podendo causar, dentre outras coisas, perda de memória, alterações de metabolismo, irritações a pele e danos ao sistema respiratório. O chumbo, também encontrado em tintas (como essas usadas em sinalização de trânsito), inseticidas e vidros, também causa perda de memória, dores de cabeça, distúrbios digestivos e tremores musculares. Os dois componentes também são usados na fabricação das lâmpadas fluorescentes. Por isso, é importante não descartá-las no lixo comum.

Os componentes tóxicos que contaminam o solo e a água chegam a animais e vegetais de regiões próximas e, pela cadeia alimentar, atingem a nós, seres humanos. Muitos resíduos contaminam por meio de inalação e pela pele, além de serem “cumulativos”, ou seja, continuam no organismo mesmo depois de anos.

O que fazer?
O importante é buscar o descarte correto para esses materiais em postos especiais de coleta em supermercados, estabelecimentos comerciais e redes de assistência técnica. Sites como o do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem) e o Ecycle listam alguns locais que recebem esse tipo de descarte. Agora, é com você!

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/uma-pilha-pode-contaminar-o-solo-por-cerca-de-50-anos/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Lavar recicláveis antes de jogar no lixo não é desperdício



A maior parte das embalagens que usamos em casa, como uma garrafa de suco ou uma lata de creme de leite, acumula restos orgânicos. Essas sobras precisam ser retiradas antes do descarte. É importante que as embalagens estejam limpas, inclusive, para evitar mau cheiro e proliferação de insetos. Mas aí você pode questionar que, para lavar essas embalagens, há gasto de água – e, portanto, desperdício. Alguns argumentos mostram que não é bem assim.
A vazão de uma torneira é de aproximadamente 9 litros por minuto. Isso quer dizer que, se você ficar 2 minutos com a torneira aberta lavando os recicláveis, poderá gastar cerca de 20 litros. É bastante? Sim. Se você bebe 2 litros de água por dia, por exemplo, essa é a quantidade consumida ao longo de quase dez dias. Porém, a lógica se inverte se você decidir que deve abrir mão de lavar a embalagem reciclável para economizar água e tascá-la no lixo comum. Por quê?
Primeiro: ela vai ocupar um espaço que já está no limite. No Brasil, espaços destinados a aterros pedem socorro. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, 50,8% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos de forma incorreta em lixões – que devem deixar de existir no Brasil até 2014, de acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). A mudança desse quadro de esgotamento dos locais que recebem o lixo é estrutural e urgente, mas parte da solução também está na forma como consumimos. Quanto menos lixos nesses lugares, melhor.
Segundo: A água é um recurso natural consumido em todas as etapas da cadeia de produção de embalagens, que inclui extração de matéria-prima, desenvolvimento do produto, fabricação, transporte, distribuição, compra e uso pelo consumidor final. Por isso, a quantidade de água gasta para lavar a embalagem e descartá-la corretamente é bem menor do que a utilizada no seu processo de fabricação.
Terceiro: para cada embalagem que não é reciclada nem reutilizada, outra nova entra no mercado. Lançar no lixo comum objetos que podem ser reciclados é colocá-los na natureza sem direito a uma segunda chance de uso. Pior ainda quando sabemos que artigos como latas de alumínio demoram até 500 anos para se decompor e sacos e copos plásticos até 450 anos. Tempo demais!

E você? Como faz com o seu lixo reciclável?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Fuligem impacta aquecimento 'o dobro do imaginado'


Fuligem contribui muito mais para o aquecimento
global do que o previsto anteriormente  (Foto: BBC)

Partículas liberadas por motores a diesel e queima de madeira e carvão são segundo maior causa de mudança climática.
Carbono negro, ou fuligem, contribui muito mais para o aquecimento global do que anteriormente reconhecido, segundo pesquisa.
Os cientistas dizem que as partículas liberadas por motores a diesel e queima de madeira podem estar tendo um efeito que é o dobro do imaginado em estimativas anteriores.
Eles dizem que a fuligem perde apenas para o dióxido de carbono como o mais importante agente causador de aquecimento no planeta.
A pesquisa foi publicada no Journal of Geophysical Research-Atmospheres.
Durante muitos anos, micropartículas de carbono negro suspensas no ar sempre foram considerados importante fator de aquecimento da atmosfera, por absorverem luz solar. A substância também acelera o derretimento do gelo e da neve.
Este novo estudo conclui que essas partículas escuras têm efeito de aquecimento equivalente a dois terços do provocado pelo dióxido de carbono, e maior do que o metano.
"A conclusão é de que o carbono negro está causando mais impacto na atmosfera", disse a autora do estudo, Sarah Doherty, à BBC.
"O valor na atmosfera observado no quarto relatório de avaliação, de 2007, era metade do que o que estamos apresentando neste relatório - o que é um pouco chocante".

Meio grau

Os pesquisadores dizem que as emissões de carbono negro na Europa e América do Norte têm diminuído devido a restrições às emissões de motores a diesel. Mas elas crescem constantemente no mundo em desenvolvimento.
Os especialistas acreditam que reduzir seu número teria um impacto imediato sobre as temperaturas, mas não necessariamente de longo prazo.
"Reduzir as emissões de motores a diesel e queima de madeira e carvão obviamente traz benefícios para o clima e para a saúde", disse o professor Piers Forster, da Universidade de Leeds.
"Se tivéssemos feito tudo o que está ao alcance para reduzir essas emissões, poderíamos reduzir em até meio grau o aquecimento, ou ter um par de décadas de trégua", acrescentou.
O relatório adverte, entretanto, que o papel da fumaça negra é complexo e pode também ter efeitos de resfriamento.
"'Mitigação' (conjunto de medidas para combater o aquecimento) é uma questão complexa, porque a fuligem é normalmente emitida com outras partículas e gases que provavelmente esfriam o clima", pondera o professor Forster.

Resfriamento

"Por exemplo, a matéria orgânica na atmosfera produzida pela queima de vegetação provavelmente tem um efeito de resfriamento. Portanto, no final das contas, eliminar essa fonte pode não nos dar o resfriamento desejado", acrescentou.
O carbono negro é tido como uma fonte significativa de rápido aquecimento no norte dos Estados Unidos, Canadá, Europa do Norte e norte da Ásia. As partículas também teriam impacto sobre os padrões de chuva na monção asiática.
No ano passado, uma coalizão de seis países deu início a um esforço conjunto para reduzir o impacto de curto prazo de agentes como o carbono preto.
Os autores dizem que, embora cortar fuligem seja importante, cortar as emissões de dióxido de carbono são a melhor maneira de enfrentar a mudança climática em longo prazo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estudos indicam que 2012 foi um dos dez anos mais quentes já registrados

O ano passado foi o 10º mais quente desde que registros começaram a ser realizados, em 1880, com temperaturas médias globais 0,57º C acima daquelas registradas no século 20 informaram cientistas americanos da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) nesta terça-feira (15). A agência espacial Nasa também apresentou dados nesta terça que mostram que 2012 está entre os dez anos com maiores temperaturas desde o início das medições.
O relatório divulgado pela NOAA aponta que as temperaturas mundiais estiveram acima da média pelo 36º ano seguido em 2012, com regiões do Hemisfério Norte registrando seu ano mais quente. Eventos climáticos extremos e a temperatura do planeta podem aumentar ainda mais devido às emissões industriais de carbono e outros gases causadores do efeito estufa, que aprisionam o calor na atmosfera.
Na última semana, a NOAA havia divulgado que a área continental dos Estados Unidos registrou em 2012 o ano mais quente da história. No entanto, em algumas regiões, incluindo partes do Alasca, o oeste do Canadá, o centro da Ásia e a Antártica ficaram mais frias.
Ainda assim, a temperatura média global nos primeiros anos do século 21 já supera a média global registrada em quase todo século 20 (exceto 1998).
Nasa também divulga resultados – De acordo com a agência espacial americana Nasa, 2012 foi o nono mais quente desde 1880, com temperatura média de 14,6 ºC – 0,6 ºC mais quente do que a média do século passado.
Os cientistas também enfatizam que, apesar das flutuações meteorológicas que podem ocorrer ao longo dos anos, o contínuo incremento da concentração de gases-estufa na atmosfera deverá “assegurar” um aumento ao longo prazo da temperatura global. “Cada ano que passará não necessariamente será mais quente que o anterior, no entanto, a década sucessiva deverá ser mais quente que a anterior”, explica a agência em um comunicado.
Segundo a Nasa, o nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em 1880 era de 285 partes por milhão (ppm) – durante o segundo período da Revolução Industrial. Em 1960, a concentração de CO2 atmosférico era de 315 ppm. Já em 2012, a medição apontou 390 ppm.

Mapa divulgado pela Nasa mostra anomalias na temperatura global entre 2008 e 2012 (Foto: Divulgação/Nasa)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Custo de térmicas já ultrapassa R$ 1 bi e ameaça redução de tarifa

O uso das usinas térmicas para poupar os reservatórios das hidrelétricas já custou R$ 1 bilhão ao sistema e a conta pode superar R$ 1,6 bilhão em janeiro, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema).
O custo a mais será dividido por todos os consumidores e será sentido pelos residenciais ao longo de 2013, conforme forem sendo feitos os reajustes anuais de tarifa.

Até lá, o custo a mais será assumido pelas distribuidoras. O período de pedidos de reajuste começa em 3 de fevereiro e o percentual depende do aval da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Segundo a Abradee (associação das distribuidoras), cada mês de térmicas a pleno vapor significa um ponto percentual de aumento na conta de luz. Por esse cálculo, a redução nas tarifas anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro já estaria comprometida em quatro pontos -as térmicas estão ligadas desde outubro.

De acordo com o operador, em novembro foram gastos R$ 400 milhões com térmicas, e, em dezembro, R$ 600 milhões, valor que deve se manter em janeiro. Assim, em três meses o custo de operação pode chegar a R$ 1,6 bilhão.

A Abradee diz que o custo foi de R$ 650 milhões em novembro e de R$ 800 milhões em dezembro -R$ 1,4 bilhão em dois meses.

O ONS informou não ter contabilizado o gasto com a operação das térmicas em novembro e dezembro de 2011.

O custo da energia gerada pelas térmicas é maior por causa do combustível usado. Elas podem funcionar a gás natural, óleo diesel, óleo combustível, carvão, lenha, urânio e bagaço de cana.

Nos três primeiros casos, sofrem o impacto da alta dos combustíveis no mercado externo, principalmente do GNL (Gás Natural Liquefeito).

De acordo com o consultor Adriano Pires, a Petrobras já está tendo dificuldade de comprar GNL.

Fornecedores confirmaram a agências de notícias que a Petrobras está pagando um prêmio pelo produto, entre US$ 15 e US$ 17 o milhão de BTU (British Thermal Unit, unidade de medida usada para o combustível). A estatal revende a preços bem menores para as geradoras.

Em nota, a Petrobras informou que quanto paga pelo GNL é informação estratégica e não seria revelada.

Em seu balanço mais recente, do terceiro trimestre de 2012, a Petrobras informou que importava 54 mil barris de GNL por dia, ante 17 mil barris diários no mesmo período do ano anterior.

COBERTOR CURTO

Apesar de afastar o risco de racionamento, o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, disse que o governo tem pouca margem de manobra se o consumo explodir.

Acrescenta, porém, que o país ainda poderia produzir mais 1.000 MW, acréscimo de 1,6% a toda a energia produzida no Brasil e 7,7% a mais no total das térmicas -640 MW virão de Uruguaiana (RS), desligada desde 2009.

Tolmasquim aponta ainda que "só neste ano vão entrar mais 9.000 MW no sistema". Em média, a capacidade do sistema elétrico subiu 4.000 MW nos últimos dez anos.

A energia mais cara afeta mais diretamente o consumidor industrial que precisa comprá-la no curto prazo.

O preço do KWh nesses casos passou de R$ 90, no verão de 2012, a R$ 555. Mas a maior parte das indústrias que têm uso intensivo de eletricidade faz contratações de longo prazo, com custos de R$ 110, diz Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (associação dos grandes consumidores).

"É uma premissa do setor elétrico que se passe por situação de algum estresse."