quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Botucatu lidera ranking de municípios verdes

Levantamento avalia o engajamento das cidades em áreas como tratamento de esgoto, lixo, recuperação de mata, arborização, educação ambiental, poluição e estrutura ambiental.

Botucatu, no interior paulista: cidade lidera ranking de município verde

O governo de São Paulo divulgou nesta terça-feira (18), pelo quarto ano consecutivo, o ranking ambiental dos municípios paulistas. O levantamento, que depende de adesão voluntária das prefeituras, avalia o engajamento das cidades no ano que passou em áreas como tratamento de esgoto, lixo, recuperação de mata ciliar, arborização urbana, educação ambiental, poluição do ar e estrutura ambiental, entre outras.
Neste ano, dos 645 municípios do Estado, 371 enviaram as informações. Botucatu foi a primeira colocada, com nota 97,26.

De acordo com Mauro Haddad, coordenador do Programa Município Verde Azul, que faz a avaliação, foi considerado o desempenho das cidades em torno de dez diretivas, num total de 76 ações. As informações são passadas pelas próprias prefeituras, mas depois a Secretaria de Meio Ambiente comprova os dados por amostragem de municípios, com visitação in loco.

Ele afirma que, apesar de a participação dos municípios ser voluntária, desde que o programa foi criado, em 2007, já foi possível elaborar uma série histórica de algumas dessas informações, o que permite fazer comparações. Em 2007, por exemplo, 45% dos municípios tratavam seu esgoto. Em 2012 já eram 55%. A meta do governo é chegar a 2020 com 100%.

Também houve melhora em áreas como a estrutura ambiental. "Quando começou, só 182 municípios tinham uma secretaria ou algum órgão voltado especificamente para os assuntos ambientais. Neste ano chegaram a 567, o que mostra que o assunto está ganhando atenção", diz.

A ideia de criar o programa foi incentivar os municípios a lidar com os problemas ambientais. Os que tiram nota maior que 80 recebem um certificado. o que confere prioridade na captação de recursos. Os 50 mais bem colocados recebem também equipamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Reciclagem de lata atinge índice recorde no Brasil



O índice de reciclagem da lata de alumínio para bebidas, anunciado no dia 30 de outubro), é o mais alto da história da embalagem no país e no mundo. Em entrevista concedida pela internet, a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) e a Abal (Associação Brasileira do Alumínio) anunciaram que em 2011 foram recicladas 250 mil toneladas de latinhas, o que equivale a 98,3% do total de latas produzidas no Brasil.

Desde 2001, o Brasil lidera o ranking mundial de reciclagem de latas de alumínio. O recorde anterior registrado no país era de 2009, quando 98,2% das embalagens foram reaproveitadas. "O índice vem se mantendo nesta faixa, o que demonstra que o sistema utilizado é estável, gera renda, emprego e serve de modelo para que outros materiais também atinjam níveis aceitáveis de reciclagem", avaliou Renault Castro, diretor executivo da Abralatas. Em 2011, segundo os dados apresentados nesta terça, foram injetados na coleta de latas cerca de R$ 645 milhões, o que equivale a 1,2 milhão de salários mínimos. Em termos de economia de energia, a reciclagem representou 3.780 GWh/ano, o que seria suficiente para atender a demanda anual residencial de 6,5 milhões de brasileiros (2 milhões de residências).

A quantidade reciclada – 250 mil toneladas – representam 350 mil metros cúbicos de alumínio prensado, o equivalente a 30 edifícios de 10 andares. O processo de reciclagem de alumínio libera apenas 5% das emissões de gás de efeito estufa, quando comparado com a produção de alumínio primário. Para cada quilo de alumínio reciclado, evita-se a extração de cinco quilos de bauxita (minério que gera o alumínio).

"Infelizmente, apesar destes números, a lata não tem o mesmo tratamento tributário que outras embalagens", criticou Renault Castro. "Não queremos vantagem, mas uma condição de competitividade mais justa para uma embalagem que se apresenta mais sustentável".

Fonte: http://www.progresso.com.br/caderno-a/brasil-mundo/reciclagem-de-lata-atinge-indice-recorde-no-brasil





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Uma em cada três pessoas não tem ideia para onde vai o lixo, diz pesquisa



“Preço, durabilidade e marca são os atributos mais considerados. Questões sustentáveis ainda são deixadas de lado”. Esta é uma das conclusões da pesquisa sobre hábitos de consumo e descarte divulgada na semana passada pelo Programa Água Brasil, da Fundação Banco do Brasil, WWF Brasil e Agência Nacional de Águas (ANA), durante a ExpoCatadores 2012.

O estudo foi encomendado ao IBOPE, que realizou 2 mil entrevistas no ano de 2011 – a maior parte com pessoas da classe C (52%) e moradores de cidades com mais de 100 mil habitantes (54%).
O preço e a forma de pagamento são decisivos na hora das compras para 70% dos entrevistados. Um terço, porém, não considera se a embalagem é reciclável. Aspectos sociais ligados a trabalho infantil e escravo também não são pontos importantes para 38%.

O estudo também traçou tendências de consumo de alguns produtos para os próximos três anos. Sacolas plásticas e copos descartáveis estão no topo da lista dos que devem ser menos consumidos. Já a água engarrafada segue em sentido oposto e está sendo mais consumida por 31% dos entrevistados. Produtos de limpeza perfumados, que prejudicam a qualidade da água, também estão em curva ascendente.


Entre os materiais mais conhecidos como prejudiciais ao meio ambiente estão as pilhas e baterias, citadas por 65% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparecem as lâmpadas fluorescentes (38%). Remédios  foram citados por apenas 22% e 4% não considera qualquer material perigoso. Entre os materiais que mais são separados para coleta nas casas brasileiras aparecem as latas, no topo com 75%, seguidas dos plásticos, que representam 68%.

A esmagadora maioria das pessoas, 84%, nunca ouviu falar da Política Nacional de Resíduos e uma em cada três pessoas não faz ideia para onde vai o lixo produzido em casa. Em contrapartida, o conhecimento sobre coleta seletiva é considerado alto – 71% das pessoas sabe o que significa. A maior parte das residências, porém, não conta com o sistema (64%).

Uma parcela significativa dos entrevistados que não têm o serviço de coleta (85%) estariam dispostos a separar material. O ponto negativo é que quase 10% das residências que contam com coleta seletiva ainda não separam nenhum material.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Índice de desmatamento da Amazônia é o menor já registrado

Entre agosto de 2011 e julho de 2012, foram desmatados 4,656 quilômetros quadrados de floresta. É o menor valor registrado desde 1988, quando esse tipo de levantamento começou a ser realizado.

O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta terça-feira a menor taxa anual de desmatamento na Amazônia registrada desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1988. Segundo os dados, foram desmatados 4.656 quilômetros quadrados de floresta na Amazônia Legal no período de 2011-2012.

Os números são estimados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes) do Inpe, e se referem ao período que vai de agosto de 2011 a julho de 2012. Eles demostram que houve uma queda de 27% em relação ao mesmo período anterior, quando o desmatamento foi de 6.418 quilômetros quadrados.

O levantamento feito pelo Inpe computa como desmatamento as áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o chamado corte raso. Os dados ainda são estimados, e o resultado final sai em meados de 2013.

Por estado — Dos nove estados que fazem parte da Amazônia Legal, apenas três apresentaram aumento nas taxas de desmatamento. Tocantins registrou crescimento de 33%, Amazonas, 29%, e Acre, 10%. No Amapá, onde houve a maior queda, o desmatamento caiu 53%.

O Pará ainda é o estado que mais desmata, sendo responsável por 1.699 quilômetros quadrados de florestas perdidas. A taxa, no entanto, representa uma queda de 44% em relação ao ano anterior.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

São Paulo aumenta emissões de gases estufa e fica distante de meta de redução



A maior cidade brasileira deve descumprir sua meta inicial de redução das emissões de gases do efeito estufa, após novos dados divulgados nesta quarta-feira (14) mostrarem um aumento desse tipo de poluição em São Paulo no período de nove anos até 2011.

O novo inventário paulistano das emissões de gases que causam o aquecimento global indicam elas cresceram 4,4% de 2003 a 2011, atingindo 16,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), principalmente devido à maior demanda energética. Em 2009, o prefeito Gilberto Kassab sancionou uma lei climática que incluía uma ambiciosa meta de redução de 30% nas emissões até 2012, em relação a 2003.

"É basicamente impossível agora cumprir essa meta", diz Fernando Beltrame, especialista em emissões da consultoria paulistana Eccaplan.
A situação de São Paulo é típica das grandes áreas urbanas em economias emergentes avançadas. Nos últimos anos, o rápido crescimento econômico e as políticas sociais mais inclusivas tiraram milhões de pessoas da pobreza na América Latina, mas isso resultou num aumento das emissões.

Beltrame afirma que, embora as emissões paulistanas não tenham aumentado significativamente nesses nove anos, o governo municipal não tem políticas adequadas para a redução dos gases do efeito estufa. "São Paulo precisa de um plano integrado de mobilidade, um sistema eficiente de manejo do lixo e incentivos para os biocombustíveis."

Segundo dados do inventário, realizado pela prefeitura e por consultorias especializadas e financiada pelo Banco Mundial, 61% do total de CO2e veio do setor de transportes e 15,6% foram gerados pelo lixo.

Medidas

Uma das cinco maiores megalópoles do mundo, São Paulo já tomou algumas medidas para combater as emissões ao estabelecer, por exemplo, parcerias com o setor privado para capturar e direcionar o metano dos aterros sanitários para geração de energia. A prefeitura recebe por esses projetos créditos de carbono da ONU, os quais são vendidos em leilões.

São Paulo integra o C-40, grupo de cidades que busca políticas de combate à mudança climática. Desde 2009, os veículos leves licenciados na cidade precisam passar por inspeções de poluentes. Mas a cada dia, a cidade ganha cerca de mil novos carros. Especialistas dizem que a cidade precisará de programas mais agressivos para controlar as emissões se quiser interromper a tendência de alta.

Os dados municipais mostram que o consumo elétrico por domicílio saltou 33% entre 2003 e 2009, já que as famílias passaram a usar mais eletrodomésticos. Nesse período, o volume per capita de emissões anual passou de 1,3 tonelada de CO2e para 1,4 tonelada. Isto ainda está bem abaixo do volume registrado em cidades mais ricas, como Nova York, onde cada habitante emite cerca de 6 toneladas de CO2e por ano.

Os dados também mostram uma redução na quantidade de etanol usada na cidade nos últimos dois anos, em comparação à gasolina, o que piorou o perfil das emissões relacionadas à queima de combustíveis. A conjunção de fatores como safras ruins de cana-de-açúcar nos últimos anos e aumentos dos custos de produção fizeram com que o etanol perdesse competitividade ante a gasolina, cujos preços tem sido mantidos estáveis por políticas do governo federal.

"A falta de incentivos para o uso de biocombustíveis significa que a enorme frota de carros flex em São Paulo passa a maior parte do ano rodando com gasolina", diz o analista ambiental independente Sérgio Abranches sobre os dados do inventário.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Retrato da indiferença



Entre os resíduos sólidos, a maior parte é comida jogada fora, que, além de não ser dada a quem precisa, aumenta a poluição.

Com o foco dos debates sobre resíduos urbano centrado na reciclagem, pouca atenção se tem dado a outra enorme - e perigosa - montanha de sujeira: os restos de alimento que vão para a lixeira. Dados recentemente divulgados pela FAO, o órgão das Nações Unidas que trata de alimentação e agricultura, mostram que a cada ano 1,3 bilhão de toneladas de comida, cerca de um terço de tudo o que se produz, são perdidas ou por manipulação indevida, ou por ser jogadas fora.

No Brasil, são mais de 25 milhões de toneladas de alimentos que vão parar no lixo todo ano, montante equivalente a 12 bilhões de reais e suficiente para alimentar 30 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, desperdiça-se ainda mais: a EPA, agência de proteção do meio ambiente, calcula que 30 milhões de toneladas de comida sejam eliminadas - de longe a maior parcela dos resíduos sólidos, em peso. Nas grandes cidades, os latões de restaurantes estão sempre lotados.

Por mais espantosos que sejam os números apenas pelo desperdício, restos de comida têm outro efeito deletério: lançados nos aterros, alimentos em geral se biodegradam, mas em contrapartida produzem gás metano, um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa (23 vezes mais danoso do que o gás carbônico). Uma maneira simples de reverter o desperdício seria o encaminhamento dos restos aproveitáveis para comunidades carentes, prática pouco usada.

Outra é a compostagem, como é chamado o conjunto de técnicas para transformar resto de comida em adubo, também pouco praticada - nos Estados Unidos, a reciclagem de alimentos por este e outros métodos é de 2% do lixo total.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Alimentos causam quase 1/3 das emissões do efeito estufa

A mudança climática deve reduzir nas próximas décadas a produtividade dos três produtos agrícolas que mais fornecem calorias à humanidade - milho, trigo e arroz
A produção de alimentos responde por até 29 por cento das emissões humanas de gases do efeito estufa, o dobro do que a ONU estimava.


A produção de alimentos responde por até 29 por cento das emissões humanas de gases do efeito estufa, o dobro do que a ONU estimava, segundo um estudo publicado, esta Quarta-feira (31).

A diferença ocorre porque a ONU avaliou apenas as emissões decorrentes da agricultura, ao passo que a entidade de pesquisas agrícolas CGIAR levou em conta também o desmatamento, a produção de fertilizantes e o transporte dos produtos agrícolas.

O relatório, intitulado "Mudança Climática e Sistemas Alimentares", estima que a produção de alimentos gere 19 a 29 por cento de todas as emissões humanas. A estimativa da ONU era de 14 por cento.

"Do ponto de vista alimentar, a abordagem da ONU não faz sentido", disse Bruce Campbell, director do programa de pesquisas da CGIAR sobre mudança climática, agricultura e segurança alimentar. Muitos países poderiam fazer uma economia significativa se reduzissem as suas emissões, segundo ele.

"Há boas razões económicas para melhorar a eficiência na agricultura, não só para reduzir as emissões de gases do efeito estufa."

A China, por exemplo, poderia reduzir fortemente as suas emissões se melhorasse a eficiência na fabricação de fertilizantes. Na Grã-Bretanha, seria mais vantajoso consumir carne de cordeiro importada de fazendas mais eficientes na Nova Zelândia, em vez de criar os seus próprios animais.

Outra recomendação do relatório é para que o mundo altere a sua dieta, dando preferência ao vegetarianismo. O cultivo de alimentos para vacas, porcos e ovelhas ocupa muito mais terras e emite mais gases do efeito estufa do que a manutenção de lavouras para o consumo humano.

Outro relatório do CGIAR indica que a mudança climática deve reduzir nas próximas décadas a produtividade dos três produtos agrícolas que mais fornecem calorias à humanidade - milho, trigo e arroz - nos países em desenvolvimento.

Isso obrigaria alguns agricultores a optarem por cultivos mais tolerantes ao calor, a inundações e a secas, segundo o segundo relatório, intitulado "Recalibrando a Produção Alimentar no Mundo em Desenvolvimento".

Os cultivos mais resistentes, como inhame, cevada, feijão-fradinho, milheto, lentilha, mandioca e banana, podem preencher o espaço deixado por produtos mais sensíveis, diz o estudo.

"Os sistemas agrícolas mundiais enfrentam uma árdua luta para alimentar os projectados 9 a 10 bilhões de pessoas em 2050. A mudança climática introduz um obstáculo significativo pra essa luta", disse o texto.

A população mundial actualmente está ligeiramente acima dos 7 bilhões. O estudo diz também que o aquecimento global, atribuído por cientistas da ONU à actividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, implica riscos para a produção alimentar além das lavouras, por gerar problemas também no armazenamento e transporte.

Brasil recicla 2,1 milhões de latinhas de alumínio por hora


Em 2011, país bateu recorde de reciclagem de latinhas de alumínio, reaproveitando 98,3% das embalagens de bebidas.

O Brasil atingiu no ano passado mais um recorde de reciclagem de latinhas de alumínio. Ao todo, foram reutilizadas 98,3% das embalagens de bebidas consumidas. Com essa taxa, o país se mantém na liderança mundial, posição que ocupa desde 2001.
Foram recicladas no ano passado 18,4 bilhões de embalagens, o correspondente a 50,4 milhões de lata por dia, ou 2,1 milhões a cada hora, de acordo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas).

Negócio milionário

A coleta de latas de alumínio de bebidas injetou R$ 645 milhões na economia nacional. Além disso, por consumir apenas 5% de energia elétrica  - quando comparado ao processo de produção de metal primário - a reciclagem das 248,7 mil toneladas de latas proporcionou uma economia de energia equivalente ao consumo anual de 6,5 milhões de pessoas, ou dois milhões de residências.

Confira abaixo o índice de reciclagem de latinhas no Brasil, Europa e em outros países:

País/Região    ano 2000   ano 2011
1 - Brasil      77,7%     98,3%
2 -Japão      80,6 %     92,6%
3- Argentina      50,0%      91,1%
4 - Europa       43%      66,7%
5 - EUA       62,1%      65,1%

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Os anos mais quentes das últimas décadas


Enquanto este ano de 2012 caminha para um novo possível recorde histórico de calor, o Met Office, centro de previsão do tempo e clima do Reino Unido, divulgou um belo gráfico sobre o estado da competição até agora. O gráfico acima exibe de forma bem clara a tendência de aquecimento das últimas décadas. Ele lista os anos desde 1850, em ordem de calor. A referência é quantos graus Celsius cada ano está acima ou abaixo da média de 1961 a 1990. A lista completa de todos os anos está no quadro pequeno, no canto superior direito. O quadro maior é uma visão aproximada dos anos campeões de calor. Os anos entre 2000 e 2010 (em vermelho) dominam o ranking. Seguidos pelos anos entre 1990 e 1999 (em laranja). Os anos anteriores a 1910 ficaram quase todos para trás.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Padrão de qualidade do ar do país é contestado. Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) fez um estudo comparando padrões de medida de poluição do Brasil, dos Estados Unidos e da União Europeia

A informação de que a qualidade do ar de uma determinada região de São Paulo está boa pode não necessariamente ser verdade. É o que sugere uma análise do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), que fez um estudo comparando padrões de medida de poluição do Brasil, dos Estados Unidos e da União Europeia.
O trabalho mostrou que os padrões brasileiros estão desatualizados em relação ao que praticam os países europeus e ainda muito aquém do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo os pesquisadores, os limites máximos de concentração de poluentes na atmosfera permitidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) precisam de uma revisão urgente, pois não refletem os avanços científicos sobre os efeitos que provocam sobre a saúde humana. Eles destacam os padrões em relação às emissões de dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2) e material particulado 10 (MP 10). Esses gases são emissões de carros.

Este último, por exemplo, de acordo com o Padrão Nacional de Qualidade do Ar, tem como limite a emissão anual de 50 microgramas/metro cúbico. A última diretriz publicada pela OMS fala, porém, que o ideal seria no máximo 20 microgramas/m³. Essa diferença pode gerar uma falsa sensação de que uma cidade como São Paulo está dentro do aceitável.

"Se olharmos só os padrões em vigor no país, poderíamos afirmar que, como os dados de monitoramento indicam concentrações inferiores ao limite, a poluição atmosférica provocada pelo material particulado não é grave na Região Metropolitana de São Paulo. Porém, se tomarmos como referência as recomendações da OMS, o quadro muda totalmente", diz a advogada Kamyla Borges da Cunha, do Iema.

O trabalho questiona ainda a ausência de limites no padrão nacional para o material particulado mais fino, de 2,5 micra (milésimo de milímetro), ou MP 2,5. A OMS recomendou que ele seja monitorado após estudos mostrarem que ele é mais perigoso para a saúde humana. No Brasil, ele ainda não foi regulado.

O padrão nacional foi regulamentado pelo Conama em 1990, mas tendo como referência os adotados pelos EUA na década de 70. Só que, de lá para cá, o conhecimento científico avançou ao mostrar que uma menor concentração de poluentes pode ser nociva. Naquele país, a agência de proteção ao ambiente (EPA) ainda adota valores semelhantes, mas ao menos o Estado da Califórnia já se alinhou com o que sugere a OMS.A União Europeia adota padrões mais baixos que os nossos.
No Brasil, o Conama iniciou uma revisão dos números, mas a proposta ainda está sendo avaliada pelo Ministério do Meio Ambiente. No Estado de São Paulo, a Cetesb também elaborou uma nova tabela de padrões de qualidade a fim de atender a recomendação da OMS em três etapas. O projeto, porém, aguarda análise do governo.

Na prática, se os padrões forem atualizados, vai aumentar o número de regiões do país em situação de desconformidade - o que deve levar o Poder Público a tornar mais restritivos os limites de emissões de poluentes para fontes industriais e de veículos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Brasil tem potencial para aumentar geração de energia eólica

De acordo com o presidente, o potencial brasileiro de produção de energia eólica está subestimado
O Brasil tem potencial para dobrar a geração de energia eólica, na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Atualmente, o país ocupa o 20º lugar com capacidade instalada de geração de energia a partir da força dos ventos. Em 2013, o Brasil disputará o quarto lugar com a Alemanha, segundo Tolmasquim.
“Temos geradores com 100 metros de altura. Com alturas maiores, o vento é melhor, pode ser que esse potencial seja o dobro, 300 mil megawatts, ou seja, o que equivale à geração de 20 [hidrelétricas] Itaipus,” disse em palestra na Câmara de Comércio Americana, no centro da capital fluminense.
De acordo com o presidente, o potencial brasileiro de produção de energia eólica está subestimado.
“Sabemos que está subestimado, o quanto ainda não sabemos. É provavelmente significativamente maior”, disse, ao explicar que a EPE divulgará uma nova estimativa a partir de medições de todos os parques eólicos.
Tolmasquim acrescentou que, até 2017, o país vai deixar de importar derivados de petróleo e passará a ser exportador. Ele citou uma série de novas refinarias no país, como as do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que vão elevar a capacidade de refino para 3,3 milhões de barris por dia. “É um aumento de 63% da capacidade de refino em dez anos.”



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Carros terão de consumir 12% menos gasolina


Os consumidores poderão ter economia de R$ 1.150 com gasolina, em média, por ano, caso as metas de eficiência energética sejam alcançadas por montadoras. As metas estão previstas no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), regulamentado nesta quinta-feira (4) pelo governo.
Para que esta redução de gastos com gasolina seja possível, os veículos vendidos a partir de 2017 terão que consumir 12% a menos do que ocorre atualmente. Para adotar este objetivo, as montadoras vão receber incentivo com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“Apesar de prevista para daqui a cinco anos, esta meta será exigida das fabricantes como condição de habilitação ao novo regime automotivo”, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
De acordo com o ministério, “as montadoras que desejarem integrar o novo regime automotivo e se credenciar para obter o benefício tributário terão assumir o compromisso de produzir e comercializar veículos mais econômicos”.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o objetivo é que o consumo médio de gasolina aumente dos atuais 14 quilômetros por litro para 17,26 quilômetros por litro. No caso do etanol, o consumo médio atual é 9,71 quilômetros por litro e deve chegar a 11,96 quilômetros por litro.
A economia de consumo de combustível para o consumidor equivale a três quartos do IPVA pago por um carro médio no país. “Há ganho efetivo para o consumidor”, enfatizou o ministro.
O novo regime automotivo prevê o investimento das montadoras em tecnologias mais modernas de produção, com motores mais eficientes, menos poluentes e com peças mais leves. O governo quer também estimular a fabricação de veículos mais seguros, equipados com controle de estabilidade para evitar capotamentos e com sistemas de prevenção de acidentes por meio de alerta de colisão iminente.
O Inovar-Auto também prevê incentivo para as empresas que não produzem, mas vendem os veículos no país. Para serem beneficiadas, estas montadoras terão que assumir o compromisso de importar veículos mais econômicos. A exigência de que realizem pesquisa e desenvolvimento, gastar com engenharia e tecnologia industrial básica de capacitação de fornecedores no Brasil.
Serão obrigadas a aderir ao Programa de Etiquetagem Veicular do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A etiqueta classifica os veículos de acordo com a eficiência energética na comparação com modelos do mesmo segmento. Até 2017, todos os veículos produzidos no país deverão receber a etiqueta.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Os lixões e a comunicação ambiental no Brasil

Segundo informações da internet e outros meios de comunicação (rádio/televisão), os lixões serão desativados no ano de 2014. Essa notícia é ótima e impactante, porém não foi divulgada ou popularizada para o cidadão brasileiro com deveria, o que dificulta a discussão sobre a problemática socioambiental disseminada pelo mundo.
Apesar da gravidade dos problemas gerados pelos lixões no Brasil (desmatamentos de áreas verdes, poluição da água, disseminação de doenças como a diarreia etc), vislumbro várias oportunidades educativas (distribuir jornais, revistas, folders e outros materiais didáticos) para serem democratizados nas escolas, nos mercados, nos hospitais e em outros espaços de convivência humana. Esse intuito de reeducação ambiental privilegia o cidadão que, de fato, precisa sentir-se apoiado e mobilizado a preservar a natureza de várias formas, a fim de valorizar a sustentabilidade social e ambiental, ou seja, agir contra a exclusão social entre as pessoas e outros que menosprezam direitos e deveres humanos.
Espero que os governantes brasileiros reflitam sobre nesta seguinte preocupação: de que forma o cidadão poderá ter acesso às informações educativas para compreender o processo de separação, coleta e reciclagem do lixo? Quem estará divulgando os programas de educação ambiental para ensinar os malefícios do lixo para sua vida e de seu vizinho? De que modo ele poderá opinar e participar das soluções educativas em sua cidade, bairro e região? Onde os especialistas da área ambiental podem ser encontrados para abordar as consequências dos lixos e os assuntos que envolvem a temática ambiental  nas escolas, nos lares, nos hospitais?Quais são as instituições governamentais que dão palestras, cursos e outros voltados para as questões referidas acima?
Levara-se mais de duas décadas para os governos aprovarem a Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)no Brasil, a qual moraliza a inclusão de projetos socioambientais (coleta seletiva do lixo nas empresas e outros) que ajudam a diminuir os impactos dos lixões nas cidades brasileiras.Agora, é importante e urgente que os governantes, os educadores e os profissionais diversos (biólogos, geógrafos etc) se unam para enfrentar novos desafios sustentáveis, por meio de trabalhos educativos (histórias, teatros, oficinas sobre a temática do lixo) e políticas públicas que abordam a sustentabilidade no planeta.
Até quando vamos nos deparar com os gritos e os pedidos de socorro da natureza e com o silêncio de quem sabe realizar o trabalho especializado,responsável e comprometido com as causas ambientais no planeta?
Espero que as universidades, as faculdades, as empresas e as instituições governamentais – Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Educação (MEC), a mídia especializada e outros possam unir-se de forma articulada para solucionar os problemas gerados pelo analfabetismo ambiental, o qual retrata o desconhecimento dos problemas ambientais (poluição do lixo, da água, do ar etc) que acontecem em suas cidades locais. Assim,  deve-se encontrar meios educativos e apropriados para mostrar a sociedade a importância de ver, denunciar, reavaliar, educar, informar, socializar e articular tudo que envolve bem-estar do homem e do meio ambiente.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mudanças climáticas podem matar 100 milhões de pessoas até 2030


Um relatório encomendado por 20 países alerta que mais de cem milhões de pessoas poderão morrer até 2030, caso as medidas de combate às mudanças climáticas sejam suspensas. As principais causas estão atreladas ao aquecimento global.
O estudo ainda diz que, atualmente, cinco milhões de pessoas morrem a cada ano devido à fome, poluição do ar e outros problemas gerados pelos danos que a humanidade está causando ao meio ambiente. No entanto, o número de vítimas até 2030 deverá subir para seis milhões ao ano, se o uso dos combustíveis fósseis continuar como tem sido hoje.
O documento, encomendado pelo Fórum Clima Vulnerável e produzido pela organização humanitária Dara, foi apresentado nesta quarta-feira (26), e também informa que o crescimento da economia global vai diminuir em 3,2% o Produto Interno Bruto (PIB) caso as ações contra as mudanças climáticas sejam suspensas.
Há dois anos, 200 países concordaram em reduzir as emissões de carbono para frear o aquecimento do planeta, porém, especialistas acreditam que a queima de combustíveis fósseis pode fazer com que o aumento da temperatura ultrapasse 2ºC  até 2030, piorando as condições de sobrevivência na Terra.
Naturalmente, os países em desenvolvimento deverão apresentar o maior número de vítimas, pois neles há maior concentração de empresas e parques industriais, além de possuírem planos de planejamento ambiental menos efetivos. No entanto, as nações mais pobres ficarão mais comprometidas ainda, já que enfrentam problemas econômicos e socioambientais, como pobreza extrema, doenças, escassez de água e fome. Nesses países, estima-se que o PIB apresente uma queda de 11% até 2030.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Reciclagem no Brasil alcança menos de 2% de todo o potencial


O Brasil ainda tem 4 mil lixões e apenas 30% a 40% do lixo total coletado no país são dispostos em aterros sanitários adequados. Além disso, a reciclagem é muito baixa no Brasil, segundo avalia o secretário da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), Antonio Simões Garcia. Ele informou que os serviços de aproveitamento de material descartado não transformam no país sequer 2% do volume que pode ser reciclado.
À Agência Brasil, Garcia disse que estão “muito próximos da realidade” os números divulgados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais apenas 40% do lixo separado dentro de casa pelos brasileiros são coletados seletivamente ao chegarem à rua.
Alex Cardoso, da coordenação nacional do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), acrescentou que, do total de lixões ainda existentes no Brasil, 1,7 mil estão na Região Nordeste. “Chega a ter cidades com dois lixões”, informou. O MNCR avalia que há grande mobilização da sociedade em torno da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige a coleta seletiva para municípios com mais de 30 mil habitantes.
Na avaliação de Cardoso, no entanto, esse processo ainda é “tímido” no Brasil, “porque a política já tem dois anos e cerca de 40% dos municípios brasileiros ainda têm lixões e não dispõem de sistema de coleta seletiva”. O integrante do MNCR lembra que, até 2014, os lixões terão que ser desativados. Segundo ele, com a implantação da coleta seletiva e a desativação dos lixões, haverá também a inclusão dos catadores.
O MNCR está preocupado com a disposição de alguns municípios de incinerar os resíduos para geração de energia. Alex Cardoso avaliou que essa é uma atividade negativa. Além de ser uma tecnologia cara, não inclui os catadores e é prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente, na medida em que libera gases causadores do efeito estufa.
Rita Sairi Kogachi Cortez, técnica do Instituto Gea, disse à Agência Brasil que o avanço do país em coleta do lixo “é muito pequeno em relação ao número de resíduos gerados”. Ela ponderou, contudo, que o “despertar” da população está ocorrendo, porque as pessoas se mostram interessadas em participar cada vez mais do processo de separar o seu lixo.
Segundo ela, é necessário que se criem mais coletas e mais cooperativas de catadores, “para que a coisa possa caminhar melhor no Brasil”. O Instituto Gea é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem entre as finalidades assessorar a população a implantar programas de coleta seletiva de lixo e reciclagem.
A defesa dessa estratégia é compartilhada por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem com base no conceito de gerenciamento integrado do lixo. Disse que, nos últimos dois anos, desde a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, “houve um incremento significativo [das atividades de reciclagem], mas ainda muito longe do desejado”.
Vilhena comentou que, nesse período, cresceu o número de prefeituras oferecendo serviço de coleta seletiva ou ampliando o serviço onde já existia. O problema para a desativação dos lixões, segundo ele, é que a população brasileira se concentra nos grandes centros, em especial próximos ao litoral. “Se nós conseguirmos avançar nessas regiões de maior densidade populacional, com certeza nós vamos equacionar boa parte do problema”.
O diretor do Cempre disse que, para ter todo o território com a situação equacionada, existe a possibilidade de os municípios serem apoiados, por meio de financiamento do governo federal, para a formação de consórcios que vão elaborar os planos de resíduos e construir os aterros sanitários.
Segundo o diretor do Cempre, se forem formados 450 consórcios no Brasil, a questão será resolvida, “porque, em alguns estados, um aterro sanitário pode atender até 150 municípios”. Para ele, a solução é a melhor também pelo ponto de vista econômico. “Não faz sentido você ter um aterro sanitário para municípios com 10 mil ou 15 mil habitantes”.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Há cinco anos, mundo se comprometeu a barrar aquecimento

Previsão para os próximos anos é que temperaturas aumentem, no mínimo, 1,8 grau centígrado. A elevação das temperaturas climáticas, o aumento da emissão de gases e as consequências do efeito estufa sobre as pessoas e o mundo, associados ao desmatamento e ao risco de extinção de espécies da natureza, obrigaram os políticos a assumir compromissos para a busca de alternativas que solucionem esses problemas. A decisão de formalizar as parcerias foi tomada há cinco anos quando autoridades assumiram as discussões e as metas como prioridades.
Em 2007, os compromissos foram formalizados durante o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), que publicou o quarto Relatório de Avaliação (AR4). A iniciativa ocorreu no momento em que foi registrada uma série de catástrofes naturais, vinculadas às mudanças climáticas, em vários países, como secas na China e África, além de inundações na Ásia e em alguns países africanos.
Na ocasião, foram apresentados estudos mostrando que houve uma elevação considerada incomum de catástrofes com elevadas temperaturas, diferentemente do que vinha ocorrendo nos anos anteriores. A previsão para os próximos anos é que as temperaturas aumentem, no mínimo, 1,8 grau centígrado (°C) e, no máximo, 4°C ou mais, se não forem adotadas as medidas necessárias para impedir o agravamento da situação.
Os especialistas advertiram ainda sobre o risco de extinção de algumas espécies de animais e plantas em decorrência da elevação das temperaturas. Para os cientistas, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera está diretamente relacionada com a temperatura média global do planeta.
A estufa é o dióxido de carbono abundante gerado pela queima de combustíveis fósseis. Segundo os pesquisadores, um século de industrialização associado ao desmatamento e aos métodos agrícolas inadequados levou ao aumento da quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. Com o crescimento da população e das economias, a tendência é aumentar o nível acumulado de emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (cuja sigla em inglês é Noaa), o nível médio do mar subiu entre 10 e 20 centímetros ao longo do século 20. Em 2100, a previsão é que tenha aumentado 18 a 59 centímetros. As temperaturas mais elevadas levam à expansão do volume dos oceanos, derretendo geleiras, adicionando mais água.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

6 dicas para reduzir (por conta própria) os gastos com luz



A partir de 2013, a energia elétrica vai ficar até 16,5% mais barata para os consumidores residenciais, conforme anúncio feito nesta semana pelo governo. Mas é possível ir além, adotando, por conta própria, medidas simples, no dia-a-dia, em casa ou no escritório. Com base em cartilhas da Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo, da Aneel e da UFSCar, preparamos seis dicas para ajudar a poupar o planeta e o seu bolso.

1 – Quer poupar? Deixe a luz entrar

Utilize ao máximo toda a luz natural (e gratuita!) que incide em casa ou no escritório. Durante o dia, mantenha janelas, cortinas e persianas abertas, permitindo a ampla passagem da luz solar. Para aumentar a claridade de um ambiente, utilize cores claras nas paredes internas e no teto. Outra dica é orientar a limpeza de casa e principalmente a do escritório (que em muitos costumam acontecer à noite), para os primeiras horas da manhã, a fim de aproveitar a iluminação natural.

2 – Iluminação artificial

Opte sempre por lâmpadas fluorescentes ou, pelo menos, utilize em ambientes que necessitam de maior iluminação. A economia é garantida: duas lâmpadas fluorescentes de 20 watts iluminam mais que uma incandescente de 100 watts. Dê preferência às que possuem o Selo Procel Inmetro de Desempenho.
Desligue a iluminação de ambientes desocupados ou que seja estritamente decorativa. Equipamentos como “dimers”, que controlam a intensidade da luz, e sensores de presença, que se acendem somente quando há circulação de pessoas, podem ser usados, resultando em significativa economia energética.

3 – De olho na energia “vampirizada”

Uma causa muito comum do aumento na conta de energia elétrica é a "fuga" de energia, uma espécie de “vazamento de eletricidade” que pode representar até 30% do consumo de luz no fim do mês. Emendas mal feitas, conexões frouxas, fios desencapados ou com isolamento comprometido pelo tempo são uma de suas principais causas. Outro vilão são equipamentos eternamente ligados na tomada por esquecimento.
Para descobrir se existe fuga de corrente no escritório ou em casa faça o seguinte: Desligue a iluminação e todos os equipamentos das tomadas. Com ajuda do zelador ou administrador do edifício, verifique se o disco do medidor continua girando.
Em caso afirmativo, existe fuga de corrente. Para identificar a origem da fuga, desligue a chave geral. Se o disco parar de girar, o problema está na instalação elétrica. Para resolvê-lo procure o serviço de um técnico especializado.

4 - Eletrodomésticos podem ser aliados

Sempre que possível, opte por eletrodomésticos que levam o selo Procel, que indica os equipamentos com menor consumo energético. Leve em consideração antes de adquirir um aparelho às opções que consumam menos watts. Em casa ou no escritório, tire os aparelhos eletrônicos da tomada quando estão fora de uso, principalmente televisão, aparelhos de DVD/Blue-Ray e de som. Alguns aparelhos precisam de atenção especial:
Geladeira - Mantenha a geladeira em local ventilado para facilitar a troca de calor pelos radiadores. Não forre prateleiras com filmes plásticos, que dificultam a circulação de ar em seu interior. Evite deixá-la aberta por muito tempo e mantenha em boas condições a borracha de vedação da porta. Geladeiras em más condições podem ser responsáveis por até 70% da conta de luz.
Ar-condicionado - Quando comprar um aparelho de refrigeração, procure dimensionar o espaço que ele ocupará e o seu potencial refrigerador. Existem tabelas para este cálculo nas lojas, é só perguntar para o vendedor. Lembre-se de conferir se o aparelho possui selo de eficiência energética. Na instalação, não deixe o aparelho em lugares quentes, próximo de equipamentos elétricos ou sob a luz do sol. Isso força o desempenho e consome mais energia.
O ideal é instalá-lo de frente para a maior dimensão do ambiente, o que facilita o processo de refrigeração. Você pode desligar o ar condicionado meia hora antes do fim do expediente e também durante o almoço, que a sala ainda permanecerá climatizada. Mantenha as portas e janelas fechadas, de forma a impedir a entrada de ar quente de fora.
Chuveiro elétrico - Nos dias quentes, use o chuveiro com a chave na posição verão. Na posição inverno o consumo de energia é 30% maior. Nunca reaproveite resistência queimada, pois aumenta o consumo de energia e não é seguro. Estude a possibilidade de instalar um aquecedor de água por energia solar, que, atualmente, possuem preços mais acessíveis e dispensam grande manutenção. Para baixar o consumo de energia – e de água -– tente reduzir a duração do banho de 20 a 40%.

5 - Computador, notebook e outros eletrônicos

O consumo individual destes equipamentos é no geral baixo (10 kWh/mês em média). No caso dos monitores, os gastos aumentam conforme o tamanho. A maioria dos monitores de 14" atuais consome em torno de 80 W, já os de 17" consomem entre 100 e 110 W, dependendo do modelo.
No entanto, em um escritório com vários computadores a participação no consumo total poderá ser significativa. Procure orientar os usuários a desligá-los quando não forem utilizados por longos períodos e, a utilizar sempre que possível os recursos de economia de energia disponibilizados nas máquinas.
Periféricos como impressora e scanners consomem energia mesmo quando não estão em uso; nesse caso, desligue-os das tomadas, assim como as caixas de som. Evite também deixar os aparelhos eletrônicos, incluindo celulares, recarregando durante toda noite. Plugue o carregador somente o tempo suficiente para completar a carga.

6 - Elevadores, só um por vez

Se você mora ou trabalha em um edifício com mais de um elevador, sabe que é bastante comum acionar todos eles ao mesmo tempo. Para economizar energia elétrica e evitar desgaste desnecessário dos equipamentos, o ideal é 'chamar' apenas um. Outra forma de evitar desperdícios é fazê-los atender a grupos diferentes de andares, pares e ímpares por exemplo.
Estude a possibilidade de desligar diariamente, de maneira alternada, um dos elevadores, no horário de menor movimento e utilização (por exemplo, das 22h00 às 6h00 e nos domingos e feriados). Em edifícios residenciais, crianças devem ser orientadas a não apertar todos os botões do painel.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Grande parte do lixo separado pelo brasileiro não é coletada de forma seletiva



Praticamente três entre dez domicílios brasileiros (29,7%) separam o lixo biodegradável do não degradável. No entanto, apenas 40% desse lixo separado dentro de casa são posteriormente coletados de forma coletiva quando chega à rua. Isso mostra que muitos brasileiros separam seus resíduos dentro de casa, mas depois grande parte deles é misturada ao lixo comum.
Os dados constam na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Perfil das Despesas do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Região Sul é aquela que apresenta os melhores indicadores. Lá, 59,9% dos domicílios separam o lixo e 55,6% desses resíduos são coletados de forma seletiva. “A Região Sul está bem acima da média nacional, de 29,7%”, explica o pesquisador do IBGE José Mauro Freitas.
Em outro extremo, aparece a Região Norte, onde 6,6% dos domicílios separam o lixo biodegradável do não degradável e 16,8% desse resíduo são coletados seletivamente, segundo a pesquisa do IBGE.
O IBGE também observou a quantidade de lixo que é coletada, queimada ou enterrada no próprio terreno da família. No Brasil, a média do lixo coletado chega a 80,7%; os restos queimados ou enterrados, a 10,2%.
A discrepância é grande entre a cidade e o campo. Na área urbana, 91,1% do lixo são coletados e 1,5%, queimados ou enterrados na propriedade. Na área rural, os percentuais são, respectivamente, 24,4% e 57,7%.
Entre os estados, o Maranhão é o que tem o menor índice de lixo coletado (51,1%) e o com maior percentual de resíduos queimados ou enterrados (33,4%). Já São Paulo tem o perfil oposto: 94,5% do lixo são coletados e 1,7% são queimado ou enterrado.
A pesquisa mostrou ainda a quantidade de domicílios que têm água encanada aquecida. Três em cada quatro residências contam com algum tipo de aquecimento. Além disso, 70% das casas com água encanada recorrem à energia elétrica para aquecer a água.

Fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6154467-EI306,00-Grande+parte+do+lixo+separado+pelo+brasileiro+nao+e+coletada+de+forma+seletiva.html


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Norma para controle, uso e descarte de pilhas e baterias é fixada pelo Ibama


O controle sobre a fabricação, o uso e o descarte de pilhas e baterias é fixado em decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Pela norma, há uma série de regras para o descarte do material, o transporte, a reciclagem e o acondicionamento, assim como a determinação para que os fabricantes e importadores elaborem um relatório anual, informando em detalhes os procedimentos adotados.
Nas embalagens e manuais das pilhas e baterias, os fabricantes terão que informar sobre a adaptação às novas regras contidas na norma para o descarte e a reciclagem. O material deve ser descartado em coletas seletivas próprias, que podem ser encontradas em postos de vendas e em fábricas, mas jamais em lixos comuns.
No texto publicado há uma ressalva sobre a necessidade de usar símbolos, como o “x” sobre os recipientes de lixo, para evitar o descarte do material nesses locais. Pela norma, a coleta de pilhas e baterias descartadas deve seguir uma série de regras, como o acondicionamento, a frequência do recolhimento do material, a destinação e as empresas envolvidas.
O rigor também existe para o transporte do material, informando sobre os envolvidos no processo e os locais de origem e destino. As empresas envolvidas na etapa da reciclagem também são submetidas à norma fixada pelo Ibama.
Devem ser informados os nomes das empresas fornecedora e responsável pela reciclagem, à destinação, o aterro utilizado pelas companhias e os procedimentos adotados no processo.
A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês e alcalino-manganês.
Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer. No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Preocupação com o meio ambiente não é sinônimo de consciência ambiental

Já faz um bom tempo que ser Ecochato vem se tornando cada vez mais legal, ao ponto de se tornar algo politicamente correto e perigosamente hipócrita. Nos últimos anos algumas pesquisas vêm apresentando dados positivos, mas duvidosos, em relação ao aumento da consciência ambiental dos brasileiros. Dizer que está preocupado com a Floresta Amazônica, com a poluição dos rios e até com a redução do uso de sacolas plásticas virou uma resposta de aceitação social, assim como quando perguntamos as pessoas se elas são egoístas ou invejosas, mesmo que sejam elas dificilmente admitirão.

É muito fácil eu responder a uma pesquisa dizendo que me preocupo com a fome no mundo enquanto gasto uma fortuna comprando doces, refrigerantes, comidas sofisticadas e banco idas a restaurantes luxuosos. Também é fácil eu dizer que gostaria de um transporte público de qualidade falando isso de dentro do meu carrão importado. Da mesma forma é fácil eu dizer que me preocupo com o meio ambiente, mas na prática eu jogo lixo nas ruas, desperdiço água, jogo fora coisas que serviriam para alguém e fico sempre atento aos lançamentos das marcas mais famosas para afirmar meu status. É muito simples ser hipócrita e provocar resultados enganosos em uma pesquisa.

No fim de 2010 eu já havia publicado aqui o artigo “Pesquisas revelam que boas intenções contrastam com ausência de gestos dos consumidores brasileiros“. Apresentei duas pesquisas excelentes e inéditas que identificavam esta discrepância. Mas na última quinta-feira (16) fui surpreendido por uma pesquisa do Ministério do Meio Ambiente afirmando que a consciência ambiental dos brasileiros quadruplicou em 20 anos.

A pesquisa aconteceu pela primeira vez em 1992 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92. A quinta edição desta pesquisa retornou, vinte anos depois, intitulada “O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável”. Entre os dias 15 e 30 de abril foram ouvidas 2.201 pessoas, entre homens e mulheres, acima de 16 anos nas cinco regiões do país.

A meu ver é óbvio que a consciência dos brasileiros – em todos os sentidos – tenha quadruplicado em 20 anos, pois em 1992 o Brasil e os brasileiros ainda não estavam acostumados com a recente liberdade de expressão e informação adquirida após décadas de controle pela ditadura militar. Além disso, é preciso destacar um fato que ocorreu no mesmo ano, mas não é tratado com a devida importância histórica: o inédito impeachment de um presidente no Brasil. Como podemos ser conscientes sem saber da própria história? Enfim, isso é outro assunto.

O resultado otimista desta pesquisa sobre o aumento da preocupação ambiental dos brasileiros é muito vago para aceitarmos como uma conclusão positiva. Segundo a pesquisa 99,7% dos brasileiros consideram importante cuidar do meio ambiente. Alguém responderia ao contrário? Claro que não, é feio perante a sociedade. Mas, como eu disse no título deste post, dizer que se preocupa com o meio ambiente não é sinônimo de consciência ambiental. Isso fica bem claro em outras partes da pesquisa.
De acordo com a pesquisa 43% sentem muito orgulho do país e para a maioria, 28%, o principal motivo é o “meio ambiente”. 61% dos entrevistados continuam achando que o desmatamento das florestas é o principal problema ambiental do país, mas infelizmente – na última posição – apenas 2% disseram que o principal problema é a falta de conscientização ambiental da população. Bingo! Acredito que se os brasileiros estivessem realmente mais conscientes a resposta sobre a falta de conscientização ambiental deveria ter sido a mais escolhida, não acham? Até porque a falta de conscientização que provoca todos os outros problemas. Veja na imagem abaixo:


57% dos brasileiros se consideram mais ou menos informados sobre meio ambiente, e eles têm toda razão. A polêmica das sacolas plásticas serve como exemplo para ilustrar isso, já que não nos dão informações suficientes nem discutem sobre reciclagem para apontar o saco plástico como o verdadeiro vilão. Apenas 3% dos entrevistados apontaram as sacolas como um dos principais problemas ambientais. 76% disseram ter aderido a campanhas de redução do uso de sacolas e 85% estariam dispostos a aderir em cidades que ainda não fazem campanhas de redução. Não sei se os entrevistados realmente aderiram às campanhas, ao ponto de nem se preocupar tanto com o problema, ou se quiseram apenas, mais uma vez, dar uma resposta politicamente correta.
Sobre hábitos desfavoráveis ao meio ambiente 41% admitem que jogam pilhas e baterias no lixo e 71% não jogam óleo usado na pia. Parece que as campanhas sobre descarte correto de óleo deram certo. Em compensação existe um dado duvidoso: 50% dos entrevistados dizem que não jogam remédios fora de validade no lixo. Ok, então jogam aonde? A pergunta deveria ser reformulada, pois a grande maioria descarta medicamentos vencidos no vaso sanitário. Já escrevi sobre isso no post "E se a água que usamos estivesse contaminada por medicamentos?"

Outro ponto curioso é em relação aos hábitos de consumo. Não é novidade que as decisões de compra em uma casa são muito influenciadas por mulheres, mas atualmente praticamente tudo que é importante é decido por elas, como alimentos, móveis, eletrodomésticos e roupas, o resto é decidido por ambos. Não é à toa que 40% dos cartões de crédito do país são usados por elas.
Por mais que as mulheres sejam naturalmente mais conscientes, a pesquisa identificou que apenas 32% dos entrevistados se sentem culpados ao consumir por impulso e somente 28% se arrependem quando compram produtos fora do orçamento. É um dado interessante, pois tem tudo a ver com as notícias que vemos ultimamente falando sobre o endividamento dos brasileiros provocado pelo uso descontrolado do cartão de crédito, aquele “grande” facilitador das compras. Segundo o último levantamento do Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) o brasileiro compromete 42% da sua renda familiar com dívidas no cartão de crédito. Além disso, 38,1% das famílias brasileiras não conseguem pagar a fatura antes da data de vencimento, sendo submetidas a altíssimas taxas de juros cobradas pelos bancos que podem alcançar até 323% ao ano.
Então estamos mais conscientes em relação ao meio ambiente, mas consumindo desesperadamente, gerando mais lixo, mais desperdício... faz sentido?
Ainda assim a pesquisa mostra que, se tivesse uma renda extra, 72% dos brasileiros aplicariam na poupança ou em fundos de investimento. Claro, se conseguirem pagar as faturas dos cartões de crédito.
Como qualquer pesquisa eu achei essa muito válida, mas não pela afirmação positiva noticiada pela imprensa, que o brasileiro está mais consciente, mas por mostrar que as respostas dos brasileiros são totalmente influenciadas pelo que a imprensa noticia. Portanto é necessário que tenhamos mais informação de qualidade, que possamos falar de outras coisas que levam a degradação ambiental, principalmente o consumismo. Só assim teremos brasileiros realmente conscientes, não só pelo que supostamente querem, mas pelo o que fazem.









quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Consciência ambiental no país quadruplicou, diz pesquisa

Os brasileiros estão mais conscientes sobre a importância do meio ambiente do que há 20 anos. Na comparação entre os primeiros e últimos resultados, divulgados em junho, a pesquisa O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável, realizada desde 1992, mostrou que a consciência ambiental no país quadruplicou.
As versões do levantamento mostram, que enquanto na primeira edição, que ocorreu durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, 47% dos entrevistados não sabiam identificar os problemas ambientais. Este ano, apenas 10% ignoravam a questão.
Na média nacional, 34% sabem o que é consumo sustentável atualmente. “Esta é uma pesquisa que mostra claramente tendências”, explicou a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Samyra Brollo de Serpa Crespo.
Nessa projeção, a população da Região Sul mostrou-se mais engajada ambientalmente. Mais da metade dos sulistas sabem o que é consumo sustentável. “A diferença do Sul é impressionante em termos dos mais altos índices não só de acertos mas de atitudes corretamente ambientais”, disse .
Ao longo de duas décadas, os mais jovens e os mais velhos são os que menos conhecem a realidade ambiental, mas a consciência aumentou. Há 20 anos, quase 40% dos entrevistados entre 16 e 24 anos não opinaram sobre problemas ambientais, assim como mais de 60% dos brasileiros com 51 anos ou mais. Este ano, as proporções caíram para 6% entre os jovens e 16,5% entre os mais velhos.
“Isso tende a mudar ainda mais, porque agora temos todo um trabalho de educação ambiental nas escolas, o que vai refletir nas faixas seguintes ao longo dos anos”, disse Samyra, acrescentando que o nível de consciência ambiental “cresce à medida que a população é mais informada e mora em áreas urbanas, porque significa acesso à informação. E, na área rural, ainda há o habito de queimar o lixo”.

Atitudes ambientalmente corretas

Samyra afirma que os resultados mostram que a população, além de mais consciente, mostra maior disposição em relação a atitudes ambientalmente corretas e preocupação com o consumo.
A questão relacionada ao lixo, por exemplo, é um dos problemas que mais ganhou posições no ranking dos desafios ambientais montado pelos brasileiros. O destino, seleção, coleta e outros processos relativos aos resíduos que preocupavam 4% das pessoas entrevistadas em 1992, agora são alvos da atenção de 28% das pessoas.
Este ano, 48% dos entrevistados, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, afirmaram que fazem a separação dos resíduos nas residências. “Muitas vezes a disposição da população não encontra acolhimento de politicas públicas. Muitas vezes o cidadão separa em casa e a coleta do lixo vai e mistura os resíduos”, disse a secretária.
Na análise geral do país, os índices ainda são baixos, sendo que menos de 500 municípios têm coleta seletiva implantada. Enquanto a separação do lixo é um habito de quase 80% das pessoas que vivem na Região Sul atualmente e de mais da metade dos moradores de cidades do Sudeste. No Norte e Nordeste, mais de 60% não separam resíduos.
Entre os problemas ambientais apontados, o desmatamento das florestas continua no topo da lista elaborada pelos entrevistados. “A preocupação com rios e mares [que continua na segunda posição do ranking] se eleva a partir de 2006. Já é impacto da Politica Nacional de Resíduos Sólidos [criada em 2010]”, disse ela.
“O bioma Amazônia continua sendo considerado o mais ameaçado na opinião das pessoas”, disse Samyra Crespo, comparando as edições da pesquisa. Em 2006, por exemplo, 38% dos entrevistados estavam dispostos a contribuir financeiramente para a preservação do bioma. Este ano, o índice cresceu para 51%.
Samyra Crespo ainda aposta que a Política Nacional de Resíduos Sólidos vai provocar mudanças econômicas, criando um ambiente de estímulo à reciclagem. “Temos que trabalhar tanto na desoneração da cadeia produtiva, como com a conscientização ambiental. Os produtos corretos concorrem hoje nas mesmas condições”, disse ela, acrescentando que “não é tão simples porque você trabalha toda a cadeia do produto e temos poucos estudos de ciclos do produto”.
No decorrer dos últimos vinte anos, a população também mudou a forma como distribui as responsabilidades sobre meio ambiente. “Em 1992, o governo federal era o maior responsável. Isso vai diminuindo e a responsabilidade foi sendo atribuída às prefeituras. Continua a tendência a achar que é o governo [federal], mas cada vez mais o governo local é priorizado”, disse Samyra Crespo.