terça-feira, 29 de maio de 2012

Resíduos Sólidos


O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.
Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina sintética originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.
O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, divulgou no último dia 25/4/2012 um diagnóstico da situação dos resíduos sólidos urbanos no Brasil.
Esse levantamento faz parte da elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Os principais resultados do levantamento são:
• A parcela de material reciclável (metais, plásticos, papéis, vidros) constitui 31,9% dos resíduos no Brasil;
• A parcela de matéria orgânica, passível de compostagem ou biodegradação para geração de energia, constitui 51,4% do total dos resíduos;
• Apenas 18% dos municípios brasileiros possuem programas oficiais de coleta seletiva;
• A maior parte da coleta seletiva é feita nas próprias empresas (pré-consumo) ou através da coleta pós-consumo informal (catadores). Apenas 0,7% dos metais reciclados são coletados por programas oficiais de coleta seletiva. Para os plásticos, esse número sobe para 17.7%;
• Apenas 1,6% dos resíduos orgânicos coletados são encaminhados para compostagem;
• Ainda existem no Brasil 2906 lixões, distribuídos em 2.810 municípios. Esses deverão ser erradicados até 2014, conforme a PNRS. A maior presença é na região nordeste onde 89,1% dos municípios possuem lixões. A melhor situação é no sul do país com 15,3%;
• 90% dos resíduos coletados são destinados no solo (aterros sanitários, aterros controlados ou lixões). 10% são enviados a usinas de triagem/ reciclagem, compostagem, incineradores e outras formas de destinação.
• Dos resíduos destinados no solo, 20,3% vão para lixões, 19,9% para aterros controlados e 59,8% para aterros sanitários;
• Há hoje no Brasil entre 400.000 e 600.000 catadores de materiais recicláveis. Cerca de 1.100 organizações coletivas de catadores estão em funcionamento no país.   



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